domingo, 6 de janeiro de 2008

Pedro Barroso - O Trovador


Falar de Pedro Barroso é falar do último dos nossos trovadores.
Os poemas, as músicas e o modo como ele os canta transportam-nos para momentos que nunca se podem esquecer.
O Pedro faz parte dos cantores que saíram daquela fantástica fábrica de cantores que deu pelo nome de Zip Zip .
Foram tantas as vezes que tentei comprar os cds do Pedro mas nunca os encontrava. Injustiças!
Hoje, por artes mágicas, penso que consegui a sua discografia quase completa.
Em Agosto de 2004, nas festas da Bênção do Gado em Riachos, terra do seu pai e que ele considera como sua, tive oportunidade de assistir a um concerto que ele deu e fiquei com a certeza de que quanto mais se ouve mais se gosta.

É um grande prazer ouvir Pedro Barroso!

Companheira

Deixei pousar minha boca em tua fronte
toquei-te a pele como se fosses harpa
escorreguei em teu ventre como o vento
e atravessei-te em mim como se fosse farpa

Deixei crescer uma vontade devagar
deixei crescer no peito um infinito
morri da morte lenta do desejo
e em cada beijo abafei um grito

Quando desfolho o livro velho da memória
sinto que o tempo passado à tua beira
é um espaço bom que há na minha história
e foi bonito ter dito companheira

Inventei mil paisagens no teu peito
rebentei de loucura e fantasia
quando me olhavas devagar com esse jeito
e eu descobri tanta coisa que não via

Havia em ti uma forma grande de incerteza
que conseguias converter em alegria
havia em ti um mar salgado de beleza
que me faz sentir saudades em cada dia

7 comentários:

Flor disse...

Lindo texto que é este que escolhestes.
Pois é outro cantor que desconheço; aqui a nos so nos chega aquela musica pimba..é pena
com tanta boa musica que ha em Portugal.

Um beijinho

~ Marina ~ disse...

Não conheço este autor, mas achei lindo este texto. Forte, apaixonado!
Uma boa semana pra ti!

Beijinho!

Maria disse...

Deixo-te aqui a
Menina dos olhos d'água

Menina em teu peito sinto o tejo
E vontades marinheiras de aproar
Menina em teus lábios sinto fontes
De água doce que corre sem parar
Menina em teus olhos vejo espelhos
E em teus cabelos nuvens de encantar
E em teu corpo inteiro sinto feno
Rijo e tenro que nem sei explicar
Se houver alguém que não goste
Não gaste, deixe ficar
Que eu só por mim quero te tanto
Que não vai haver menina para sobrar
Aprendi nos 'esteiros' com soeiro
E aprendi na 'fanga' com redol
Tenho no rio grande o mundo inteiro
E sinto o mundo inteiro no teu colo
Aprendi a amar a madrugada
Que desponta em mim quando sorris
És um rio cheio de água lavada
E dás rumo à fragata que escolhi
Se houver alguém que não goste
Não gaste, deixe ficar
Que eu só por mim quero te tanto
Que não vai haver menina para sobrar

...
Beijos!

Carminda Pinho disse...

Adoro ouvir este homem!
Tenho a sua música já editada em Cd.
Tive oportunidade de trabalhar com ele em 1998 na organização de uma homenagem a Humberto Delgado.
É uma jóia de pessoa. Tem das mais belas letras e músicas da língua portuguesa.

Beijinhos

gaivota disse...

pedro barroso, tens toda a razão, um dos nossos últimos trovadores
gosto muito, aprendi a gostar, há muitos anossssssssss, porque sim!
beijos

Elvira Carvalho disse...

Ao tempo que não oiço o Pedro Barroso. Bonito poema.
Um abraço

Unknown disse...

Um artística fantástico, inimitável que infelizmente o país teima em ignorar...
eu só pro mim quero-lhe tanto
que não vai haver jeito de o deixar de escutar...